Maria Vitoria Condeço Farias, nasceu em Évora.
Viveu em Vendas Novas e noutras localidades em virtude dos pais, professores, terem sido nelas colocados.
Ainda na infância partiu com eles para Moçambique vivendo primeiramente em Tete e posteriormente em Lourenço Marques (atual Maputo). Aqui completou o ensino secundário no Liceu Salazar (hoje, Jasina Machel).
Foi em Loureço Marques que conheceu Carlos Guilherme, conhecido tenor, com qual veio a construir família.
Durante os primeiros anos de casados, foram várias as vezes que se deslocou ao norte de Moçambique (Niassa), onde o seu marido cumpria o serviço militar. Durante a sua permanência nestes lugares (Congerenje, Mecanhelas), teve oportunidade de dedicar o seu tempo, ensinando os nativos a ler e a escrever, simultaneamente exercendo diversas funções sociais junto da população feminina local e ajudando as mães nos cuidados a ter com as crianças, nos primeiros anos de vida. Conviveu muito com as populações autóctones, admirando e respeitando sempre as qualidades destas gentes no mato, onde diz ter conhecido verdadeiros mágicos e artistas.
Entre muitos outros, teve a oportunidade de estabelecer, na então capital, conhecimento com Malangatana Valente e Alberto Chissano, artistas que vieram a influenciar a sua obra, Cenas da vida real vivida nestas paragens, estão hoje, muitas delas, retratados nas suas telas.
Após o 25 de Abril de 1974, o casal e os filhos, emigraram para a Rodésia (actual Zimbabué) tendo-se fixado em Salisbúria (Harare). Durante a sua estada neste país, frequentou o "atelier" do pintor inglês Peter Birch. Em 1976 Regressou a Portugal onde reside.
Em Lisboa licenciou-se em Pintura e Cerâmica na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, onde teve como professores, entre outros, o escultor Lagoa Henriques, os pintores Luis Filipe de Abreu e Justino Alves e o gravador Bartolomeu Cid dos Santos.
Integrou de 1991 a 1995 a EIA (Equipas de Intervenção Artística.) do Ministério da Educação ao lado do pintor Eurico Gonçalves. Estas equipas tinham como objetivo a sensibilização dos professores para as áreas de expressão artística.
Frequentou igualmente o curso de expressão dramática em Espanha (Alhambra).
Ao longo da vida frequentou vários cursos de gravura e cerâmica. Em Nova Iorque, teve o primeiro contacto com as técnicas de gravura, ministrados por Claudio Juanez, pintor de gravador peruano.
Recentemente terminou o 3º ano do curso de cerâmica de autor do ARCO. Maria Victoria Condeço tem exposto em Portugal, Canadá (Montreal) e em Itália (Roma), tendo obras em instituições públicas e privadas e em coleções particulares.
O Alentejo e Moçambique estão sempre presentes na sua maneira de ser e na sua obra.